Mais uma vez, Rondônia se vê prejudicada pela inércia do governo federal. Na última sexta-feira (11), o processo licitatório para a construção da Ponte Internacional sobre o Rio Mamoré, ligando Guajará-Mirim (RO), no Brasil, a Guayaramerín, na Bolívia, foi suspenso sem qualquer justificativa plausível. A decisão foi divulgada pelo Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT), através do Diário Oficial da União, frustrando as expectativas de um projeto aguardado há anos pela população e pelas autoridades locais.
O edital de licitação, que havia sido lançado em 16 de novembro de 2023, visava contratar empresas para a elaboração dos projetos básico e executivo, além da execução da obra, sob o Regime Diferenciado de Contratações (RDC). O projeto incluía, além da ponte, a construção dos acessos rodoviários e de um complexo de fronteira, integrando a nova estrutura à BR-425/RO. Contudo, sem maiores explicações, a presidente da Comissão de Licitação, Nathália Prado Radel, anunciou a suspensão.
Coronel Chrisóstomo (PL/RO), deputado federal e único representante da direita conservadora em Rondônia, se manifestou sobre o assunto. “Essa é uma obra estratégica para o desenvolvimento da região de fronteira, e essa falta de empenho, transparência e consenso no processo gera um mal-estar sobre as expectativas do futuro do projeto e para a economia da região”, afirmou Chrisóstomo, reforçando o papel fundamental da ponte para impulsionar as relações comerciais entre Brasil e Bolívia.
Enquanto isso, outros deputados federais de Rondônia permanecem focados em suas próprias agendas eleitorais, deixando de lado uma pauta tão relevante para o estado. A falta de mobilização em Brasília levanta questões sobre a prioridade dada à infraestrutura de Rondônia, especialmente em um momento em que o desenvolvimento regional poderia ser fortalecido com a conclusão de uma obra de tamanha importância.
O governo Lula, por sua vez, segue com seu histórico de deixar obras pela metade, algo que parece se repetir em vários estados do país. A ponte, que poderia alavancar a economia local e gerar emprego e renda, continua como mais uma promessa que não saiu do papel. Depois de anos de espera, a população de Guajará-Mirim, que depende do comércio transfronteiriço, vê o projeto parar mais uma vez, sem perspectiva de retomada.
Com a ligação de 3,7 km entre Guajará-Mirim e Guayaramerín, a ponte teria um impacto direto no fluxo de mercadorias e no turismo da região. No entanto, a falta de clareza sobre o futuro da obra apenas aumenta a incerteza para quem depende desse projeto para revitalizar a economia local.
Sem explicações do DNIT e com os políticos focados em outros assuntos, quem sai perdendo é Rondônia. E, mais uma vez, o governo federal falha em atender às demandas do estado, deixando a população à mercê de uma infraestrutura deficitária e de promessas que não se concretizam.