As eleições presidenciais de 2024 nos Estados Unidos estão chegando a um ponto crucial, com Donald Trump e Kamala Harris intensificando seus esforços em estados decisivos. Trump está concentrado na Pensilvânia, onde promove comissões de campanha robustas, acreditando firmemente que uma vitória neste estado será a chave para a sua reeleição. Ele leva sua família ao palco, reforçando seu apelo aos valores familiares e à tradição conservadora que ressoam com muitos candidatos.
Enquanto isso, Kamala Harris busca captar o apoio dos jovens, especialmente aqueles mobilizados em torno da questão dos direitos reprodutivos, em locais como o Arizona. Essa estratégia é uma resposta direta à revogação da decisão Roe v. Wade, que afetou significativamente o engajamento de mulheres jovens nas eleições. O ambiente dos eventos da campanha é vibrante, refletindo a diversidade de ambos os lados, com apoiadores utilizando roupas e acessórios que simbolizam suas ideologias.
O clima de expectativa é palpável, com a discussão sobre a legitimidade da contagem de votos. Trump anunciou a possibilidade de fraude caso os resultados demorem a ser apurados em estados-chave como Pensilvânia, Wisconsin e Arizona. Contudo, a equipa de Harris reitera que a lentidão na contagem é normal e que as instituições estão preparadas para garantir um processo eleitoral legítimo.
Além disso, a cobertura internacional também ganha destaque, com relatos da aldeia ancestral de Kamala Harris na Índia, onde os moradores realizaram preces pela sua vitória, evidenciando o apoio global à sua candidatura.
Com mais de 80 milhões de votos registrados anteriormente, a expectativa é de uma alta participação nas urnas, refletindo o engajamento significativo do eleitorado. À medida que a corrida se intensifica, Wall Street observa atentamente, considerando as possíveis repercussões econômicas do resultado da eleição.
A disputa se mantém acirrada, com ambos os candidatos lutando por votos em estados cruciais, o que promete moldar o futuro político e econômico do país.
Um cachorro vestindo um suéter da campanha de Trump de 2020 em Pittsburgh, Pensilvânia, em 4 de novembro de 2024. REUTERS/Shannon Stapleton
Durante um comício na Santander Arena em Reading, Pensilvânia, em 4 de novembro de 2024, Donald Trump, com uma voz visivelmente cansada, prosseguiu com seu segundo comício do dia, dos quatro agendados. Falando para uma multidão que ocupava metade da capacidade da arena, ele começou seu discurso com mais de uma hora de atraso, mas com uma mensagem de determinação.
“Se vencermos na Pensilvânia, venceremos a disputa inteira”, declarou Trump com conclusão, acrescentando: “Esperei quatro anos por isso.” Ele também definiu a data do dia seguinte, 5 de novembro, como “o dia da libertação da América”, em uma tentativa de energizar os participantes.
No palco, várias mulheres usavam bonés vermelhos com o logotipo “MAGA” e agitavam cartazes de “Mulheres por Trump”, em apoio a uma estratégia de última hora do candidato para conquistar o voto feminino. Trump também destacou a presença de sua família no palco — os filhos Eric e Don Jr., junto com Lara, esposa de Eric — numa demonstração de união e valores familiares, uma tática voltada para atrair interesses que valorizam esses princípios.
“Vamos garantir que todos possam acontecer amanhã”, finalizou Trump, enquanto sua família deixa o palco, em uma última chamada à participação dos apoiadores no dia decisivo.
Campanha de Harris corteja estudantes no Arizona
Apoiadores de Harris Yahli Harel (à esquerda) e Skylar Kulas, Tempe, Arizona, 4 de novembro de 2024. REUTERS/Gabriella Borter
Kamala Harris está focando seus esforços na reta final da campanha presidencial para mobilizar as eleições jovens, especialmente estudantes, em estados-chave como o Arizona. Em 4 de novembro de 2024, no campus da Universidade Estadual do Arizona, em Tempe, Harris reuniu centenas de estudantes para o encerramento de sua turnê nacional “Reproductive Freedom Bus Tour”. A turnê, que percorreu os EUA nos últimos meses, busca envolver participantes irritados com a decisão da Suprema Corte de reverter o caso Roe v.
Apoiadores jovens, especialmente mulheres, formam um público-alvo significativo para a campanha de Harris, conforme indicam pesquisas recentes. O estudante Yahli Harel, de 17 anos, expressou seu sentimento de urgência e engajamento após ouvir os discursos do candidato ao Senado Ruben Gallego, do senador Mark Kelly, e da atriz Sophia Bush. Mesmo ainda não sendo eleitora, Yahli se inscreveu como voluntário da campanha, destinada a contribuir na luta pelos direitos reprodutivos.
Skylar Kulas, de 18 anos e votando pela primeira vez, também expressou seu entusiasmo em apoiar Harris. Skylar revelou estar incentivando amigos menos engajados politicamente a votarem, apesar de alguns ainda mostrarem desinteresse. “Eles não estão empolgados”, contou ela, “mas estou tentando trazer uma amiga para votar, mesmo que ela esteja hesitante.”
Barras de chocolate com os rostos de Harris e Trump, Nova York, EUA, 25 de outubro de 2024. REUTERS/Eloisa Lopez
O cenário econômico e regulatório de uma possível presidência de Trump em 2024 desperta cautela em Wall Street, mesmo com as promessas de menores impostos corporativos e redução da regulamentação. Para os executivos, uma nova administração Trump pode trazer turbulências adicionais ao ambiente de negócios, incluindo incertezas políticas, protecionismo e possíveis guerras comerciais. Essas preocupações, expressas em entrevistas com banqueiros, advogados e consultores, indicam que a volatilidade esperada poderá restringir o mercado de fusões e aquisições (M&A) em vez de impulsão.
Diante disso, há um consenso entre negociadores de que o clima para M&A em 2024 será incerto, independentemente do vencedor da eleição — seja Trump ou Kamala Harris. Muitos especialistas preferem aguardar a definição eleitoral, apostando que um cenário mais estável e menos polarizado se consolidará no início do próximo ano, favorecendo uma retomada nas negociações de fusões e aquisições.
fonte:REUTERS