O avião KC-30 da Força Aérea Brasileira (FAB), que realizará o segundo voo de repatriação de brasileiros, pousou em Beirute, capital do Líbano, às 10h40 desta segunda-feira (7), horário de Brasília. A aeronave partiu de Lisboa durante a madrugada, e cerca de 200 pessoas, entre brasileiros e familiares próximos, serão repatriadas nesta fase da Operação Raízes do Cedro.
No último fim de semana, 228 brasileiros já haviam retornado ao Brasil, desembarcando na Base Aérea de Guarulhos (SP), onde foram recebidos pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O Ministério das Relações Exteriores estima que cerca de 3 mil brasileiros deverão deixar o Líbano devido ao conflito entre Israel e o grupo extremista Hezbollah, número que pode aumentar conforme a situação se agrava.
A comunidade brasileira no Líbano é a maior da região, com aproximadamente 20 mil pessoas, superando as comunidades em Israel (14 mil), Emirados Árabes Unidos (9,6 mil) e Jordânia (3 mil). Segundo o comandante da FAB, brigadeiro Marcelo Damasceno, a Força Aérea tem capacidade para repatriar cerca de 500 brasileiros por semana, embora esse número possa ser ajustado de acordo com o desenvolvimento do conflito.
A operação, coordenada pela FAB e o Itamaraty, pode contar até com a intervenção direta do presidente Lula, caso os bombardeios israelenses intensifiquem na área do aeroporto de Beirute. Nesses casos, o avião só parte após as condições de segurança serem garantidas. Além do KC-30, com capacidade para 230 pessoas, a FAB também pode utilizar o KC-390, que transporta até 90 pessoas, como já foi feito em operações anteriores.
Além de resgatar os brasileiros, o governo tem enviado equipes de médicos e psicólogos para prestar assistência às pessoas durante essas missões.
A embaixada brasileira em Beirute disponibilizou um formulário para que brasileiros na região solicitem ajuda, seja para repatriação ou orientações sobre serviços locais, como hospitais e polícia. Parentes estrangeiros de brasileiros, como pais e filhos, também podem pedir apoio, garantindo que as famílias permaneçam unidas durante o processo de repatriação.