
A reunião da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do INSS marcada para esta segunda-feira (15), em Brasília, foi cancelada após o investigado Antônio Carlos Camilo Antunes, conhecido como “Careca do INSS”, desistir de prestar depoimento. A decisão ocorreu poucas horas depois de a própria defesa do acusado informar à imprensa que ele compareceria para se defender das acusações.
Segundo nota da assessoria da presidência da CPMI, Antunes, que está preso na Superintendência da Polícia Federal em Brasília, comunicou que não participaria da oitiva. O ministro André Mendonça, do Supremo Tribunal Federal (STF), havia decidido que a presença seria facultativa, cabendo ao investigado escolher se iria ou não ao Congresso.
De acordo com informações divulgadas pela imprensa, a defesa afirmou que, por existir um inquérito policial sobre o mesmo caso, Antunes priorizaria o depoimento à Polícia Federal. Ainda segundo a nota, os advogados alegaram haver um “clima político” que poderia tornar improdutiva a oitiva.
Antunes é apontado pela Polícia Federal como um dos articuladores de um esquema que desviou valores bilionários do Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS). Segundo as investigações, entidades e associações realizaram descontos ilegais em aposentadorias e pensões. Entre 2023 e 2024, Antunes teria movimentado R$ 9,3 milhões em transferências ligadas a servidores do órgão.
O deputado federal Coronel Chrisóstomo (PL-RO), integrante da CPMI, comentou o cancelamento da reunião e cobrou transparência na investigação:
“Era para a CPMI estar pegando fogo hoje. O Careca do INSS disse que viria depor, mas na última hora desistiu. Tem caroço nesse angu. Quem pediu para ele não vir? Tem gente grande dentro desse esquema. Mas fiquem tranquilos, Brasil, fiquem tranquilos, Rondônia. Não vamos esmurecer e isso não vai acabar em pizza. Queremos saber quem roubou os nossos aposentados e pensionistas, para que paguem o que devem e o dinheiro seja devolvido.”