A operação “Máfia das Creches”, deflagrada pela Polícia Federal, investiga um esquema de desvio de recursos públicos destinados às creches conveniadas com a prefeitura de São Paulo. O prefeito Ricardo Nunes (MDB) se manifestou com perplexidade sobre a autorização para que a Polícia Federal investigue seu possível envolvimento no esquema, ocorrido quando ele ainda era vereador. Em sua defesa, Nunes afirmou que, até o momento, não há acusações formais contra ele, destacando que a única relação com as empresas investigadas se resume a uma prestação de serviço no valor de R$ 31 mil, que já foi esclarecida anteriormente.
A investigação teve início em 2021, com a Operação Daycare, que apurou desvio de recursos de organizações sociais que administravam creches conveniadas. Durante a operação, a PF indiciou 116 pessoas e identificou falhas em mais de 100 processos de prestação de contas das 152 creches investigadas. Segundo as autoridades, as organizações estavam emitindo notas fiscais falsas para desviar verbas públicas, que, em muitos casos, retornavam para os responsáveis pelas entidades ou pessoas próximas a eles.
O prefeito ainda se defendeu, alegando que não tem envolvimento com a administração das empresas investigadas e se colocou à disposição para novos esclarecimentos. Ele também anunciou que sua defesa impetrará um habeas corpus, alegando falta de indícios e justificativa para o prosseguimento do inquérito. A relação de sua família com a investigação se deve a uma remessa de R$ 31,5 mil feita por uma das empresas envolvidas no esquema, valor que foi repassado parcialmente para uma conta pessoal de Nunes e para a empresa de sua mulher e filha, a Nikkey Serviços.
Apesar das acusações e investigações, Nunes continua afirmando que os serviços prestados pela Nikkey Serviços foram realizados de maneira regular, e que ele não tem envolvimento com as práticas fraudulentas identificadas pela Polícia Federal.
Fonte: g1