A seca severa que atinge o Brasil, considerada a mais intensa em sete décadas, tem gerado grandes prejuízos no setor agropecuário, com destaque para o aumento dos custos de produção de leite e seus derivados. A falta de chuvas prejudica as pastagens, o que eleva o preço da carne, leite, queijo, manteiga e outros produtos. Pecuaristas enfrentam dificuldades para alimentar o gado, o que deve continuar pressionando os preços nos próximos meses, afetando diretamente o consumidor.
Segundo especialistas, o impacto nas pastagens faz com que os pecuaristas tenham que recorrer a rações de milho e soja, o que eleva ainda mais os custos de produção. O preço do leite, por exemplo, já acumulou um aumento real de 32,1% desde o início do ano. Esse cenário também inflaciona os preços de produtos derivados da carne e do leite, como salsichas, presuntos, muçarela, queijo prato e parmesão.
Além disso, a seca não afeta apenas a produção de leite. O calor excessivo e a falta de água também comprometem as safras de grãos usados para alimentação animal, como soja e milho, que são fundamentais para a nutrição do gado. A previsão é que a colheita de soja sofra uma queda de 4,4%, e a de milho, 11%, em relação ao ano passado, o que agrava ainda mais o aumento dos custos.
Esse descompasso entre oferta e demanda já pressiona os preços para cima e deve continuar a fazê-lo até que as condições climáticas melhorem. Para o consumidor, isso significa que produtos lácteos, essenciais na mesa de muitas famílias, ficarão mais caros nos próximos meses, afetando ainda mais o orçamento familiar.
Além dos produtos lácteos, a seca também impacta outros setores, como a produção de carne e o abastecimento de energia, com possíveis aumentos na conta de luz devido à escassez hídrica.