O Federal Reserve (Fed) dos EUA planeja uma redução das taxas de juros em dezembro de 2024, mas os cortes previstos para 2025 serão menores do que se imaginava anteriormente, principalmente devido aos riscos associados ao aumento da inflação. Esse risco vem das políticas propostas pelo presidente eleito, Donald Trump, que incluem tarifas mais altas e uma reforma fiscal. De acordo com uma pesquisa realizada pela Reuters, economistas destacam que o mercado de trabalho forte e a inflação persistente desafiarão o Fed a ser mais cauteloso com as cortes.
A principal justificativa para essa redução moderada da taxa de juros em 2025 é o impacto potencial das políticas comerciais e fiscais de Trump, que podem elevar os preços e colocar pressão adicional sobre a economia. Os especialistas acreditam que as tarifas sobre as importações, especialmente as provenientes da China, podem desacelerar ainda mais a economia global e acentuar os riscos inflacionários nos EUA. A previsão de inflação para os próximos anos foi ajustada, com o índice de despesas de consumo pessoal (PCE) — o indicador preferido do Fed — permanecendo acima da meta de 2% até pelo menos 2027.
Uma pesquisa revelou que 85% dos economistas estão preocupados com o risco de uma retomada inflacionária no ano que vem, especialmente com a introdução de tarifas propostas por Trump, que podem ter um impacto significativo na economia americana. Embora o desemprego continue relativamente baixo, os analistas sugerem que as pressões salariais podem voltar a aumentar, criando um cenário em que o Fed terá que agir com mais cautela. As expectativas para o futuro incluem cortes de 25 pontos-base nos três primeiros trimestres de 2025, mas sem mudanças significativas no quarto trimestre, com a taxa dos fundos federais ficando entre 3,50% e 3,75%.
A previsão de crescimento econômico para os EUA é de 2,7% em 2024, com uma desaceleração projetada para 2025 e 2026, ficando em torno de 2%. Esse crescimento é superior à estimativa de 1,8% que o Fed considera como o ritmo de crescimento não inflacionário da economia. Esses números indicam uma desaceleração moderada, mas ainda um crescimento robusto. Em resumo, o Federal Reserve provavelmente reduzirá suas taxas em dezembro, mas a continuação dessa trajetória de cortes será mais cautelosa e dependente da dinâmica inflacionária e das políticas fiscais e românticas no ano seguinte.
Fonte: Reuters