Na última quarta-feira (16), a Comissão de Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento Rural (CAPADR) da Câmara dos Deputados promoveu um acalorado debate sobre a crescente destruição ambiental na Amazônia, com foco nas queimadas e no desmatamento. A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, esteve presente e foi fortemente cobrada pelos parlamentares pela suposta ineficiência da pasta diante do cenário atual.
O deputado federal Coronel Chrisóstomo (PL/RO), representante de Rondônia, uma das regiões mais afetadas pelo aumento das queimadas, criticou a ministra por, segundo ele, ter visitado o estado em período de campanha para candidatos de seu partido, em vez de dar a devida atenção à crise ambiental. Chrisóstomo afirmou que, em vez de concentrar esforços no combate às queimadas, Marina Silva priorizou questões políticas partidárias.
Durante a sessão, o deputado relembrou declarações anteriores da ministra, nas quais ela se posicionou contra o asfaltamento da BR-319, estrada que liga Porto Velho (RO) a Manaus (AM), argumentando que a pavimentação poderia causar impactos ambientais negativos na região. Chrisóstomo contestou essa afirmação, chamando-a de “uma grande mentira”, e destacou que a BR-319 foi totalmente asfaltada no ano de sua inauguração, em 1978.
“O que estamos pedindo é a reestruturação da BR-319, o que beneficiará não só Rondônia, mas também Amazonas e Roraima. Essa obra é essencial para melhorar o escoamento da produção e trazer desenvolvimento à região. A ministra fala de impacto ambiental, mas esquece que o povo também precisa de condições dignas para escoar sua produção”, disse o deputado.
A sessão ocorreu em meio a um cenário alarmante de queimadas na Amazônia, com Rondônia sendo um dos estados mais afetados pelos incêndios florestais. Dados recentes indicam um aumento significativo nos focos de queimadas na região Norte, gerando preocupações não apenas ambientais, mas também de saúde pública e impactos socioeconômicos.
“Não somos contra a preservação ambiental, mas o povo precisa de infraestrutura, emprego e condições de viver dignamente. Rondônia está sofrendo com as queimadas, e precisamos de soluções imediatas, não de discursos vazios”, concluiu Chrisóstomo.
O debate reforça a polarização entre diferentes visões sobre o desenvolvimento da Amazônia, com questões como infraestrutura, queimadas e desmatamento sendo pontos de tensão entre o governo federal e os representantes da região.